Mudar a alimentação da criança exige esforço e acompanhamento dos pais
Ensinar os filhos a se alimentar corretamente é um desafio para os pais e escolas. A família deve estar atenta para evitar o consumo de produtos industrializados, gordurosos e com alto teor de sódio
Fabiola Rodrigues
Alimentar corretamente ainda está longe da rotina das crianças e dos adolescentes. Quase sempre os alimentos mais consumidos por eles são industrializados, com alto teor de gordura e sódio e outras substâncias prejudiciais à saúde. O resultado aparece no elevado índice de crianças e adolescentes com problemas como diabete e obesidade, antes mais comuns em adultos. E os responsáveis por isso são os próprios pais.
Pesquisa realizada pela Fundação Nacional de Saúde, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE) em 2015 apontou que crianças e adolescentes brasileiros estão se alimentando mal, consumindo produtos supérfluos em grande quantidade e ignorando alimentos com bons valores nutricionais. São mais de 60% das crianças com menos de dez anos comendo biscoitos, bolachas, bolos, balinhas, doces e gorduras em excesso e 32% delas consomem refrigerante ou suco artificial.
A nutricionista Nair Gomes trabalha na rede municipal de ensino em Goiânia elaborando cardápios para a merenda escolar. Ela observa que o resultado da má alimentaçaõ das crianças tem refletido principalmente na obesidade, cada vez mais frequente já na infância. Ela também lembra que a alimentação está ligada diretamente com o aprendizado do estudante.
“Como a criança e o adolescente são muito sensíveis ao visual, as propagandas estimulam eles a comerem mal e, quase sempre, conseguem esse objetivo. São imagens, fotos de alimentos processados e industrializados que não trazem nenhum benefício para a saúde. Eles comem em casa e também levam de lanche para a escola frituras, chocolates, sucos de caixinhas. Faço um alerta importante. O aluno que se alimenta melhor tem mais chances de aprender mais”, diz a nutricionista.
Para Nair Gomes, o ambiente escolar e os pais precisam entrar urgentemente em ação para ajudarem no combate à má alimentação das crianças. Ela ressalta que a família, de modo geral, não tem contribuído para que as crianças mudem os hábitos alimentares.
“O pai e mãe são referenciais para os filhos e, se eles não derem o exemplo, fica mais difícil ainda. A criança não tem total autonomia do que vai comer ou levar de lanche para a escola. Precisamos da colaboração da família”, lembra a nutricionista.
Em Brasília o governo há dois anos criou uma lei que estabeleceu que as cantinas escolares de toda a rede de ensino devem oferecer alimentação saudável. De acordo com a legislação, ficou proibida a venda de balas, pirulitos, chicletes, biscoitos recheados, chocolates, algodão-doce, refrigerantes, refrescos artificiais, bebidas achocolatadas, salgadinhos industrializados, frituras, pipoca industrializada, pipoca com corantes artificiais e bebidas energéticas. Nair Gomes sugere que a lei deveria valer pra todo o país.
“A formação dos hábitos alimentares da criança parte de uma série de ensinos que vão dos familiares até os educadores. Trabalho com planejamento de cardápios e tentamos ao máximo oferecer ao estudante lanche saudável, mas não vai adiantar muito se na lanchonete da própria escola ou imediações dela se vender alimentos que não oferecem nutrientes. A lei criada no Distrito Federal deveria valer para todos os estados”, diz Nair Gomes.
A nutricionista lembra que o ambiente escolar pode constantemente ajudar os estudantes a aprenderem mais sobre hábitos alimentares através de corretas orientações e estudo das propriedades nutricionais dos alimentos e seus efeitos sobre o organismo.
“Os professores com os coordenadores podem trabalhar de forma permanente com os estudantes, ajudando-os a optar por frutas, verduras, sucos naturais em vez de alimentos industrializados”, diz a nutricionista.
Pesquisa realizada pela Fundação Nacional de Saúde, em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE) em 2015 apontou que crianças e adolescentes brasileiros estão se alimentando mal, consumindo produtos supérfluos em grande quantidade e ignorando alimentos com bons valores nutricionais. São mais de 60% das crianças com menos de dez anos comendo biscoitos, bolachas, bolos, balinhas, doces e gorduras em excesso e 32% delas consomem refrigerante ou suco artificial.
A nutricionista Nair Gomes trabalha na rede municipal de ensino em Goiânia elaborando cardápios para a merenda escolar. Ela observa que o resultado da má alimentaçaõ das crianças tem refletido principalmente na obesidade, cada vez mais frequente já na infância. Ela também lembra que a alimentação está ligada diretamente com o aprendizado do estudante.
“Como a criança e o adolescente são muito sensíveis ao visual, as propagandas estimulam eles a comerem mal e, quase sempre, conseguem esse objetivo. São imagens, fotos de alimentos processados e industrializados que não trazem nenhum benefício para a saúde. Eles comem em casa e também levam de lanche para a escola frituras, chocolates, sucos de caixinhas. Faço um alerta importante. O aluno que se alimenta melhor tem mais chances de aprender mais”, diz a nutricionista.
Para Nair Gomes, o ambiente escolar e os pais precisam entrar urgentemente em ação para ajudarem no combate à má alimentação das crianças. Ela ressalta que a família, de modo geral, não tem contribuído para que as crianças mudem os hábitos alimentares.
“O pai e mãe são referenciais para os filhos e, se eles não derem o exemplo, fica mais difícil ainda. A criança não tem total autonomia do que vai comer ou levar de lanche para a escola. Precisamos da colaboração da família”, lembra a nutricionista.
Em Brasília o governo há dois anos criou uma lei que estabeleceu que as cantinas escolares de toda a rede de ensino devem oferecer alimentação saudável. De acordo com a legislação, ficou proibida a venda de balas, pirulitos, chicletes, biscoitos recheados, chocolates, algodão-doce, refrigerantes, refrescos artificiais, bebidas achocolatadas, salgadinhos industrializados, frituras, pipoca industrializada, pipoca com corantes artificiais e bebidas energéticas. Nair Gomes sugere que a lei deveria valer pra todo o país.
“A formação dos hábitos alimentares da criança parte de uma série de ensinos que vão dos familiares até os educadores. Trabalho com planejamento de cardápios e tentamos ao máximo oferecer ao estudante lanche saudável, mas não vai adiantar muito se na lanchonete da própria escola ou imediações dela se vender alimentos que não oferecem nutrientes. A lei criada no Distrito Federal deveria valer para todos os estados”, diz Nair Gomes.
A nutricionista lembra que o ambiente escolar pode constantemente ajudar os estudantes a aprenderem mais sobre hábitos alimentares através de corretas orientações e estudo das propriedades nutricionais dos alimentos e seus efeitos sobre o organismo.
“Os professores com os coordenadores podem trabalhar de forma permanente com os estudantes, ajudando-os a optar por frutas, verduras, sucos naturais em vez de alimentos industrializados”, diz a nutricionista.
Pais devem escolher bem o que colocam na lancheira
A alimentação das crianças no ambiente escolar deve ser uma preocupação dos pais, já que elas ficam por lá boa parte do dia. Por isso, é fundamental que a lancheira da criança tenha sempre alimentos saudáveis. Muitos pais optam pela praticidade na hora de preparar o lanche dos filhos, muitas vezes se esquecendo da qualidade. Segundo a nutricionista e nutróloga Amanda Goulart, isso também tem levado crianças e adolescentes a comerem mal. Bolachas, achocolatados, salgadinhos, frituras devem ser excluídos das lancheiras.
“O pai coloca um achocolatado e uma bolacha na lancheira e acha isso normal. A alimentação dos filhos exige dos pais um pouco mais de atenção”, observa.
Amanda Goulart dá dicas importantes na hora de escolher o lanche dos filhos e lembra que, mesmo com pouco tempo, vale a pena preparar uma comida saudável para os filhos.
As lancheiras térmicas são ótimas para aumentar as opções, já que permitem um melhor acondicionamento dos alimentos. Segundo a nutricionista, é importante combinar três grupos alimentares ao preparar o lanche: os construtores de proteínas, como queijos, iogurtes, carnes, atum, frango desfiado. Os reguladores: frutas, legumes, verduras; e os energéticos, carboidratos como pães, biscoitos e bolos.
Levar bebidas saudáveis na lancheira pode parecer um desafio, mas é importante.
“Os sucos de polpa são uma boa opção, o suco de uva integral, que é vendido em garrafas no supermercado, a água de coco pasteurizada também faz bem. Hoje existem alguns sucos de caixinha integrais mais saudáveis. Só é preciso ficar atento aos rótulos e escolher produtos livres de corantes, acidulantes, sódio e açúcar em excesso. De qualquer forma, eles devem ser consumidos com moderação”, orienta Amanda Goulart.
Para levar suco natural na lancheira, a dica é escolher frutas como goiaba, acerola, abacaxi e maracujá, que têm menor oxidação e ficam conservadas por mais tempo. E para quem não leva o lanche para a escola, na hora do recreio a recomendação é escolher na cantina sempre comidas mais naturais. Caso for comer algum tipo de salgado, que não seja frito, o salgado assado é menos prejudicial à saúde.
“O pai coloca um achocolatado e uma bolacha na lancheira e acha isso normal. A alimentação dos filhos exige dos pais um pouco mais de atenção”, observa.
Amanda Goulart dá dicas importantes na hora de escolher o lanche dos filhos e lembra que, mesmo com pouco tempo, vale a pena preparar uma comida saudável para os filhos.
As lancheiras térmicas são ótimas para aumentar as opções, já que permitem um melhor acondicionamento dos alimentos. Segundo a nutricionista, é importante combinar três grupos alimentares ao preparar o lanche: os construtores de proteínas, como queijos, iogurtes, carnes, atum, frango desfiado. Os reguladores: frutas, legumes, verduras; e os energéticos, carboidratos como pães, biscoitos e bolos.
Levar bebidas saudáveis na lancheira pode parecer um desafio, mas é importante.
“Os sucos de polpa são uma boa opção, o suco de uva integral, que é vendido em garrafas no supermercado, a água de coco pasteurizada também faz bem. Hoje existem alguns sucos de caixinha integrais mais saudáveis. Só é preciso ficar atento aos rótulos e escolher produtos livres de corantes, acidulantes, sódio e açúcar em excesso. De qualquer forma, eles devem ser consumidos com moderação”, orienta Amanda Goulart.
Para levar suco natural na lancheira, a dica é escolher frutas como goiaba, acerola, abacaxi e maracujá, que têm menor oxidação e ficam conservadas por mais tempo. E para quem não leva o lanche para a escola, na hora do recreio a recomendação é escolher na cantina sempre comidas mais naturais. Caso for comer algum tipo de salgado, que não seja frito, o salgado assado é menos prejudicial à saúde.
Estudantes aprendem colocando a mão na massa
Em Goiânia estudantes de algumas escolas vêm recebendo palestras através do projeto Hortas nas Escolas, realizado pela Secretaria Municipal de Educação. O professor de Educação Física Nestor Valverde é um dos principais palestrantes e ensina diariamente a criançada como elas devem escolher melhor os alimentos que vão consumir, além orientar quais fazem mal à saúde.
As palestras acontecem frequentemente em várias escolas municipais da Capital. O aluno é orientado a também incentivar os pais a comerem melhor, optando por alimentos como frutas e verduras. Depois da palestra o estudante é levado para a horta da escola e lá ele planta folhagens, frutas e verduras e aprende, na prática, a importância de consumir o alimento cultivado por ele mesmo.
“As crianças são multiplicadoras de conhecimento. Elas precisam conhecer aquilo que estão comendo e trocar o alimento ‘artificial’ pelo saudável, isso é fundamental. O contato que a criança tem com a horta ao plantar e depois comer o fruto que plantou motiva ela a criar este hábito em casa”, diz o professor.
Para Nestor Valverde este trabalho realizado com os estudantes representa um grande avanço para a saúde da criançada. Ele lembra que as palestras incentivam o envolvimento da comunidade.
“Envolver os pais é um dos nossos alvos, além das crianças. A família precisa conscientizar que todos devem melhorar os hábitos de alimentação. Queremos alcançar o máximo de escolas, porque quem ganha são os pequenos”, diz Nestor Valverde.
A diretora da Escola Municipal Evangelina Pereira da Costa, localizada na Chácaras Recreio São Joaquim, em Goiânia, Karlinda Souza, diz que os estudantes receberam a palestra realizada pelo projeto Horta Escolar recentemente. Ele afirma que essas orientações ajudam na mudança de comportamento dos alunos, que passam a se alimentar de forma melhor.
“Eles aprendem na teoria e prática informações fundamentais e ao participarem destes momentos agregam conhecimento. A criança tem uma forte tendência a escolher comidas que satisfazem os olhos, por isso ela precisa o quanto antes conhecer a maneira certa de alimentar”, relata a diretora.
As palestras acontecem frequentemente em várias escolas municipais da Capital. O aluno é orientado a também incentivar os pais a comerem melhor, optando por alimentos como frutas e verduras. Depois da palestra o estudante é levado para a horta da escola e lá ele planta folhagens, frutas e verduras e aprende, na prática, a importância de consumir o alimento cultivado por ele mesmo.
“As crianças são multiplicadoras de conhecimento. Elas precisam conhecer aquilo que estão comendo e trocar o alimento ‘artificial’ pelo saudável, isso é fundamental. O contato que a criança tem com a horta ao plantar e depois comer o fruto que plantou motiva ela a criar este hábito em casa”, diz o professor.
Para Nestor Valverde este trabalho realizado com os estudantes representa um grande avanço para a saúde da criançada. Ele lembra que as palestras incentivam o envolvimento da comunidade.
“Envolver os pais é um dos nossos alvos, além das crianças. A família precisa conscientizar que todos devem melhorar os hábitos de alimentação. Queremos alcançar o máximo de escolas, porque quem ganha são os pequenos”, diz Nestor Valverde.
A diretora da Escola Municipal Evangelina Pereira da Costa, localizada na Chácaras Recreio São Joaquim, em Goiânia, Karlinda Souza, diz que os estudantes receberam a palestra realizada pelo projeto Horta Escolar recentemente. Ele afirma que essas orientações ajudam na mudança de comportamento dos alunos, que passam a se alimentar de forma melhor.
“Eles aprendem na teoria e prática informações fundamentais e ao participarem destes momentos agregam conhecimento. A criança tem uma forte tendência a escolher comidas que satisfazem os olhos, por isso ela precisa o quanto antes conhecer a maneira certa de alimentar”, relata a diretora.
Parabéns, Prof. Nestor e Nair. Vocês são conhecedores do assunto e sabem fazer o trabalho com atenção e muita dedicação.
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